Sou Bárbara Valentin

A cena é a seguinte: Você está sentado num café esperando seu expresso e do nada aparece um amigo que você não vê há algum tempo. Ele está com uma amiga e você oferece que eles se juntem a você, sentem-se à mesa. A pessoa que está com o seu amigo, curiosa, pergunta: o que você faz? com o que você trabalha?

Surge então, nesse momento, a oportunidade de que alguém nos conheça e de que conheçamos, da mesma forma, novas histórias, novos interesses, novas maneiras de enxergar a vida! Imagina só!

Somos uma pessoa em cada relação e em relação a cada pessoa.

Eu sou sempre a primeira da fila quando se trata de observar o outro em seus detalhes, de observar o “de que jeito” a pessoa faz suas coisas, se coloca nas situações, encontra, percebe, vê e lida com a vida. Ao mesmo tempo em que fugiria muito da minha naturalidade e espontaneidade só dizer “sou psicóloga, fiz isso e aquilo”, também é como se escapasse muito rapidamente das minhas mãos e, quando vejo, já foi.

Mas, já que aqui também é “sobre mim” e, diante disso, considero que sou eu em toda minha totalidade - ou quase, dentro do que é possível colocar em palavras - exclui-se a formalidade logo de cara.

Sou filha dos novos começos, da esperança de um novo ano. Nasci no final de outubro e em outubro ainda tem espaço para rascunhar, para fazer algo a respeito da própria vida.

Intensa, mas não completamente - ou apenas isso. A passagem é de ida e de volta, mas como existiu espaço, a passagem poderia ser, com toda certeza, apenas de ida. 

Uma característica é o desapego, 

Um cheiro é o alecrim,

Uma música é aquela que cabe no momento.

Nascida em Goiânia e estrangeira em terras cariocas desde 2013. Entre intensidade e estabilidade me encontro e, mesmo que a estabilidade nunca tenha sido um forte na minha história, o  antídoto sempre esteve lá: INTENSIDADE e FOCO. E essa minha marca me atravessa em tudo aquilo que me compõe e me interessa.


A psicologia clínica encontrou meu lado profundo, seja através da minha curiosidade em assuntos humanos, seja através da sabedoria e intuição que vieram de minhas avós. Para além de toda formação teórica que tenho e de todos os workshops, retiros, cursos que já fiz - para primeiro estar como aluna e como quem precisa de ajuda -, é no meu encantamento por pessoas, por relacionamentos, pelo sistema que mostra em seus efeitos de onde vem aquela pessoa e qual a sua dificuldade, mas também qual é a sua pérola, que mora o meu maior poder em ajudar quem chega.

Emaranhamento é a palavra que traduz o que cada um me entrega quando chega. Emaranhamento é a palavra que traz a matéria das tragédias e também das comédias que encontro no consultório ou nas sessões de consultorias e mentorias. Sempre haverá algo nos vinculando aos efeitos desses emaranhados, sejam eles bons ou ruins - são como “efeitos destinados”.

Quem busca qualquer tipo de terapia, busca para ficar em ordem ou colocar as coisas em ordem. Essa é a primeira lei. É assim que abro minha porta para quem chega. Encontrar o essencial sem precisar opinar ou julgar quem se apresenta ali requer um olhar com menos intenção de apenas enxergar, e com mais intenção de ver, com um olhar aberto, o que precisa ser, de fato, visto. Imagina encontrar uma solução numa prática diária e constante da sua própria postura diante das situações da vida, que traz ordem e acalma a alma? Seria este o sonho daqueles que vieram antes?


É como os poetas: não basta rimar lé com cré para se tornar ou se denominar um. Para isso, é exigido um pouco mais que as rimas das palavras finais. É esse “um pouco mais” que investigo e pesquiso quando me encontro diante do outro. É sempre fresco, é sempre novo e mesmo que traga lembranças de outras pessoas que já passaram por aqui, não há o que se discutir, está dado: cada encontro, cada pessoa, cada contexto.


Enxergar o que nem mesmo quem chega vê. O oculto, o escondido, o essencial. Essas palavrinhas me atravessam com aquele desapego que citei lá em cima - o desapego de tentar ver. é como um átomo que se esconde, que “não quer ser visto”, quando, em sua frente, existe um observador.


Pensamento cartesiano para ordenar e pensamento fenomenológico para se relacionar e aprofundar.


Abrir caminhos, pequenos caminhos. 

Encontrar vias, opções, alternativas. 

Ter a criatividade como parceira nestes encontros. 

Iniciar a partir da coragem de sentir o medo, e sustentar para que não vire pavor. 


Incentivadora e “empurradora”, essa sou eu.


As emoções, para além do sentir por sentir, encontram o trauma - esse que exige de nós, como algo libera-dor e criativo - que pode tirar nossa vida do círculo vicioso de esforços inúteis e mal-sucedidos. Podemos, então, pensar em nós como indivíduos emaranhados e parte de uma rede que gosto de chamar de continuidade. Saber que os problemas, as dificuldades e tudo aquilo que é fácil, que é talento, não brotou do nada, mas sim de uma continuidade infinita de conexões e interconexões. Que esse pensamento não tire os nossos pés do chão e que possa encontrar a responsabilidade extrema com tudo aquilo que está disponível na própria vida.

Como em uma bordadeira, existe em mim uma paixão em construir junto com aqueles que querem. Isso se tornou um dos maiores motivadores dentro do que posso chamar de trabalho.

Quem se torna ajudante nem sempre foi, de fato, ajudante. Muitas vezes esse lugar é sintoma de uma relação fora de ordem - como um filho que se torna pai do próprio pai e sai do seu lugar, invertendo essa ordem -, de uma história enganchada pelo desejo de salvar ou de uma necessidade de ser salvo. Sobre ordem, estamos falando daquilo que precede e não sobre obediência, ou seja, "quem veio antes, veio antes, quem veio depois, veio depois e ponto, não tem nada depois do ponto" (como bem diz minha querida professora Wilma Oliveira). É preciso ser honesto quando se deseja tornar-se psicólogo porque é uma profissão que nos convoca a estar no nosso lugar dentro do próprio sistema a todo momento. Isso pode acontecer de diversas formas, por exemplo, acreditando que você precisa se sacrificar de alguma forma, para que o cliente fique, ou até mesmo recebendo o convite inconsciente do cliente, de que só você irá salvá-lo. 

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A minha primeira opção era música e, como podem perceber, não passei para a segunda etapa da prova para entrar na faculdade de música. A segunda opção coube como uma alternativa possível na época, visto que eu já lia livros de filosofia, de relacionamentos, de “como a mente funciona” e também aqueles que falam sobre “a linguagem do corpo".


Uma mudança de cidade, 

Um desarranjo familiar no caminho, 

Um empreendimento com doces finos em feiras e de porta em porta

Envolvida em grupos e tudo o mais que eu podia fazer para me relacionar,

Para ver e ser vista, 

A clínica se apresentou como o único caminho possível,

Havia, a via de me tornar autônoma, sem saber que seria.

Ser autônoma é como que sinônimo de andar com as próprias pernas, de fazer o seu, de encontrar caminhos e precisar um pouquinho de muita gente. Disso eu conheço muito bem na prática e na teoria.

Pode até parecer fácil à primeira vista, mas é uma das coisas mais difíceis. 

Corre-se o risco do emaranhamento pessoal se misturar com o profissional; 

Corre-se o risco de se tornar pessoa inteira e não há perfil no instagram separado que dê conta do que se passa do lado de dentro de cada um de nós.

O trabalho sempre precisou ser feito do lado de dentro e do lado fora.

Eu era uma máquina de fazer coisas para sobreviver. Com muita terapia e pessoas que estenderam as mãos, foi possível sair do estado de sobrevivência para ter uma vida mais coerente com o que sou e com o que o meu corpo pedia, saindo, assim, da urgência que o estado de sobrevivência exige. Quando respeitamos o que o corpo pede e proporcionamos a ele os estímulos e as condições “corretas” para o que se necessita, é que a vida apruma e toma rumo.  Sair da sobrevivência de “você vai morrer se não fizer” pede tempo, pede um corpo que precisou parar de responder aos códigos fechados dos traumas - esses que vão nos moldando sem nos darmos conta, que vão nos enrijecendo no que não faz mais sentindo, que cria nossos padrões emocionais e relacionais -.

Depois de uma palestra que encerrava a minha pós graduação em Gestalt-terapia, “A coragem para viver os ciclos”, cuidei de fazer algo que amava: dar aulas. O meu primeiro passo nesse caminho foi a criação do curso de eneagrama para iniciantes que teve duas turmas e, a partir delas, um grupo de estudos sobre essa sabedoria milenar. Logo em sequência, veio a Clínica Ciclos (2019-2021), que abriu espaço para mais de 80 psicólogos receberem novos clientes e supervisão. 

Em 2021, logo depois da Ciclos, nasceu a Formação Psicóloga Empreendedora que veio para somar na autonomia de psicólogas que buscam ter uma clínica viva e sustentável. A Formação aprofundou e pediu uma pausa em 2023, dando espaço para o nascimento da Mentoria de Negócios Femininos, o Fluir. Lapidado para ajudar mulheres que queriam criar bases sólidas para os seus negócios e para si mesmas, o Fluir foi uma benção de encontro!

Em todas essas empreitadas, sem tirar nem pôr, o meu compromisso foi com a autonomia a partir do aprofundamento de quem se é, partindo do próprio contexto, reunindo as forças e os talentos que vem de fábrica com cada um. Tornar-se inteira!

Agora, enquanto escrevo esse texto, cabe trazer uma pergunta que respondi da professora com quem aprendi e sigo aprendendo muito, a Wilma:


“De que fibra você é feita?”

de movimento. de sintonia fina com quem deseja trocar recursos.

de caminhar em pés descalços.

de encontrar a ferida com bálsamo em mãos.

de coração aberto, de vida, de cerrado.

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o ajudado e o ajudante

Quem se torna ajudante pode facilmente esquecer que,

não é possível levar o outro para além de que já se caminhou.

Por desespero, se agarra a caminhos que justificam o óbvio.

Se você nunca aprofundou, não há como ajudar seu cliente a aprofundar.

Ser ajudante requer uma espécie de coragem avassaladora de

experimentar a vida que se tem e resolver os próprios problemas até dá pé.

O iniciante sempre será incompetente. Até que este entenda o que

faz, como faz, porque se faz. Até que se aproprie de que tem valor.

Do contrário, o que haverá para oferecer ao cliente será um

compilado de teorias entregues em forma de aconselhamento.

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A terapia

A quem se engane que a terapia é um espaço para ser escutado. Mas na verdade a terapia é um espaço para escutar.

Claro, temos comprovações suficientes de que a fala cura.

Mas também vemos - vou dizer aqui em primeira pessoa - vejo exaustivamente

ao longo desses anos que o “falar sobre” não produz efeito.

Entendemos por efeito aquilo que alcança o presente e encontra a realidade. É o que é.

Pelo contrário, o “falar sobre” perpetua a narrativa e a contação das estórias que são as mesmas responsáveis

por “ajudar” a ficar e manter tudo como sempre esteve ou está.

Então sim, uma boa terapia é aquela que te pega no pulo, que pergunta além do “como você está” ou “o que você está sentindo”.

Uma boa terapia, é aquela que vê além da sua fala e te encontra na vulnerabilidade e no seu contexto.

É aquela conectada com a realidade. É aquela que não opina ou ri porque você riu.

É aquela que escuta além e que interrompe, que não permite que você continue a se machucar. É aquela que cuida.

A terapia, é antes de mais nada um espaço para confrontar os vieses e as certezas.

É espaço de apropriação. É um espaço de treino e teste.

O seu psicoterapeuta precisa estar a prova de raiva para que você tenha espaço e liberdade para treinar com ele o que ainda você não consegue na vida.

Agora me diz, que tipo de treino e formação um psicoterapeuta precisa para te ajudar na resolução do seu problema?

VIDA.

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Uma psicoterapeuta que empreende e acredita na força do aprofundamento emocional como base para crescer. Uma mistura sutil de firmeza com delicadeza para dar norte ao encontro consigo mesmo, seja NOS NEGÓCIOS ou na VIDA.

Uma mistura entre fenomenologia, existencialismo, empreendedorismo, criatividade, impulsividade, autonomia, aprofundamento, composições, cenas possíveis à mão. 

Entre uma empolgação e um olhar que acolhe aquela parte suja que todos nós temos, me encontro disponível para conhecer você que chega.


à serviço, 

Bárbara Valentin.

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Abordagens e Formações

2025

Traumatic Stress Studies Certificate Program (Estresse Traumático da Trauma Research Foundation) - Pós graduação com Dr. Bessel van der Kolk;

2024

Atingindo a Prosperidade - Inteligência Sistêmica, XIII Seminário IDESV;

Formação em Marketing Sistêmico com Paula Quintão.

2023

Eu e o Outro - Curso online com Décio de Oliveira;

Sucesso e Felicidade - Curso online com Décio de Oliveira;

O Essencial, o Importante e o Restante nas Relações - XII Seminário com Décio e Wilma Oliveira em Águas de Lindóia/SP.

2022

VIII Aprofundamento na Postura Sistêmica-Fenomenológica com Décio Oliveira;

2021

Como lidar com o novo? - X Seminário IDESV com Décio e Wilma de Oliveira;

Formada na abordagem sistêmica-fenomenológica segundo Bert Hellinger, e no Aprofundamento da Postura Sistêmica e Negócios Sistêmicos pelo IDESV com Décio e Wilma de Oliveira;

Curso de Registros Akashicos com Marcela Vianna.

Eneagrama II com Caterina Terzi (Itália - Puglia)

2020

Família das Emoções com Alex Lommatzsch (Itália - Puglia);

O Artista e o Terapeuta com Guy Pierre Tur (México);

Eneagrama I teoria e prática clínica com Caterina Terzi (Itália - Puglia).

2019

Pós graduação em Gestalt Terapia - CGT Sandra Salomão (2018-2022)

Produção Executiva da FORGE no Brasil (International Federation of Gestalt Training Organizations) com o tema: “Gestalt na Construção de Pontes” (2018)

Formação em Reiki I e II segundo Mikao Usui com Sangha Platina Solaris.

2018

Trauma - Workshop com Marc Bittar;

Terapia de Grupo - Workshop com Marc Bittar.

2017

A awareness corporal no processo terapêutico - Workshop com Jean-Marie Delacroix;

O trabalho dos Sonhos na Gestalt Terapia - Workshop com Paolo Quattrini;

Novas Famílias - Workshop com Adela Lalin;

Bacharelado em Psicologia pela PUC-RIO.

2016

Curso de Introdução à Gestalt Terapia com Sandra Salomão - CGT.